quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Doenças do sistema respiratório

Viroses
São infecções causadas por agentes submicroscópicos, que invadem as células e são responsáveis por várias doenças do aparelho respiratório. Algumas vezes, atacam o nariz e a garganta, causando o resfriado comum, mas, muito freqüentemente, o vírus pode se espalhar e atingir outras partes do aparelho respiratório, provocando complicações como:
  • gripe
  • otite média
  • bronquite
  • pneumonia
Contaminação
A contaminação se dá pela proximidade da pessoa doente, apertos de mãos, etc. Espirros e tosse permitem que os micróbios levados pelo ar entrem em contato com as membranas respiratórias da pessoa sadia.
Asma
É uma doença crônica dos pulmões, que provoca estreitamento dos canais por onde passa o ar, causando dificuldade para respirar e chiado no peito.
Causas
Não são bem conhecidas as razões que provocam esse estreitamento dos brônquios. Sabe-se que as crises são episódicas (alternam-se com períodos sem sintomas) e podem ser desencadeadas por:
  • substâncias irritantes como fumaça, gases, cigarro, perfumes, poeira, pólen
  • mudança brusca de temperatura o certos alimentos (como frutos do mar)
  • infecções virais (como resfriado e gripe)
  • fatores emocionais (como ansiedade e estresse)
  • exercício físico excessivo
Tratamento
O médico em geral, recomenda uma combinação de antiinflamatórios, antialérgicos e descongestionantes.
Recomendações
A pessoa asmática deve:
  • beber grande quantidade de líqüidos
  • fazer exercícios respiratórios, se possível com acompanhamento de fisioterapeutas
  • só usar "bombinhas" (sprays broncodilatadores) sob orientação médica
Bronquite
É a inflamação das vias respiratórias que levam o ar aos pulmões. É causada por agentes infecciosos (vírus ou bactérias) ou por agentes poluentes do ar. Geralmente ocorre concomitantemente à gripe, sinusite e pode durar até 3 semanas
Tratamento
Broncodilatadores e antibióticos
Tuberculose
É uma infecção causada pela bactéria "Mycobacterium Tuberculosis". A forma mais comum é a que ataca os pulmões, mas pode atingir outras áreas do corpo como cérebro, aparelho digestivo, aparelho genital, urinário, ossos e articulações. Muito freqüente na primeira metade do século por falta de higiene e, mais tarde, quase erradicada, a tuberculose reapareceu de forma intensa, como infecção oportunista, no organismo de aidéticos.
Prevenção
Vacina BCG em crianças recém-nascidas
Enfisema
É comumente chamado de "doença do cigarro", mas pode ser provocado, também, por exposição a agentes tóxicos no local de trabalho. É caracterizado pela destruição dos alvéolos dos pulmões, que perdem sua elasticidade e sua capacidade de oxigenação. O enfisema, que, muitas vezes, é acompanhado de bronquite crônica, não tem cura. A prevenção é a única forma de evitar a doença.
Doenças pulmonares
Doenças pulmonares diversas, entre elas:
  • câncer de pulmão, são causadas por:
  • fumaça de cigarro o fumaça industrial
  • fumaça de matéria orgânica queimada
  • gases e vapores
  • solventes, tintas, sprays, vernizes o pesticidas o poeira de lã, algodão, amianto, sílica, talco
    poeira de grãos de cereais
Prevenção
Ambientes fechados e quentes onde há fumaça, gases ou vapores; ambientes abertos, mas contaminados por substâncias tóxicas, ar poluído etc, podem provocar graves danos à saúde. A prevenção, por meio de uso de máscaras nos locais de trabalho, equipamentos de proteção e de despoluição do ar são a melhor defesa contra as viroses e contra as doenças pulmonares.

EFEITO DAS PRESSÕES PARCIAIS NA DIFUSÃO DOS GASES


As trocas gasosas entre o ar e as superfícies respiratórias ocorrem por difusão. Em linhas gerais, difusão é o movimento de partículas da região em que elas estão em maior concentração para outra, em que sua concentração é menor. Os químicos costumam expressar a concentração de um determinado gás no ar em termos de sua pressão parcial.

HEMATOSE


Nos alvéolos pulmonares ocorre o fenômeno-chave da respiração: a hematose. Nesse processo, gás oxigênio presente no ar dos alvéolos difunde-se para os capilares sanguíneos e penetra nas hemácias, onde se combina com a hemoglobina. Cada molécula de hemoglobina é formada por quatro cadeias polipeptídicas, isto é, por quatro seqüência de aminoácidos, cada uma combina a um grupo químico que contem ferro, chamado de grupo heme. Geralmente, quatro moléculas de hemoglobina. Formando um complexo quimicamente instável denominado de oxiemoglobina (HbO2). Nessa forma combinada, o gás oxigênio viaja pelo corpo, chegando aos capilares sanguíneos de todos os tecidos.
Estima-se que haja cerca de 250 milhões de moléculas de hemoglobina em cada hemácia; portanto, cada uma dessas células transposta nada menos que 1 bilhão de moléculas de gás oxigênio. Nos tecidos, o gás oxigênio dissocia-se da oxiemoglobina e difunde-se  no fluido que banha as células. Esta absorvem gás oxigênio e utilizam no processo de respiração célula, que ocorre na interior das mitocôndrias.
As moléculas de gás carbônico originadas na respiração celular difundem-se pra o liquido que banha os tecidos e são absorvidas pelos capilares. Cerca de 5% a 7% do gás carbônico permanece dissolvido no plasma sangüíneo. Outros 23% associam-se a grupos amina da própria hemoglobina, formando carboemoglobina. A maior parte do gás carbônico reage com água no interior das hemácias e forma acido carbônico (H2CO3), que rapidamente se dissocia em íons H+ e íons bicarbonato (HCO3-). Essa reação é catalisada pela enzima anidrase carbônica. Os íons H+ associam-se a moléculas de hemoglobina. Os íons HCO3- saem das hemácias e vão para controlar o grau de acidez do sangue. Essa reação está representada a seguir:
 CO2 + H2O → H2CO3 → H+ + HCO3-
Gás carbônico + água → ácido carbônico → íon hidrogênio + íon bicarbonato
Ao passar pelos capilares dos alvéolos pulmonares, os íons bicarbonato do plasma novamente entram nas hemácias e se reassociam aos íons H+. Nessa reação, forma-se novamente ácido carbônico que, em seguida, transforma-se em água e gás carbônico. Este difunde-se para o ar alveolar, sendo eliminado na expiração.
Resumindo o mecanismo de transporte de gases pelo sangue, pode-se dizer que a totalidade do gás oxigênio é transportada no interior das hemácias, na forma de oxiemoglobina. Quanto ao gás carbônico, a maior parte é transportada dissolvida no plasma, na forma de íons HCO3-.

CONTROLE DOS MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS


Até certo ponto, é possível controlar os movimentos respiratórios. Podemos, por exemplo, parar de respirar durante certo tempo, também é possível aumentar ou diminuir a freqüência de inspiração e expiração. O sistema nervoso, entretanto, exerce sobre os movimentos respiratórios um controle involuntário, isto é, independente de nossa vontade. Após prender a respiração por certo tempo, somos forçados a voltar a respirar, queiramos ou não, os centros nervosos que controlam a respiração localizam-se no bulbo encefálico e na medula espinal. Em condições de repouso, nosso sistema nervoso produz, aproximadamente a cada 5 segundos, impulsos nervosos que estimulam a contração da musculatura torácica e do diafragma, fazendo-nos inspirar.
Quando nos exercitamos, as células musculares aumentam a taxa de respiração celular, liberando mais gás carbônico. Esse gás combina-se com a água e origina acido carbônico, o que torna o sangue mais acido. O aumento da acidez sanguínea é prontamente detectado pelo sistema nervoso, que aumenta a estimulação dos músculos envolvidos na respiração, com aumento da freqüência respiratória. 

Fisionomia da respiração VENTILAÇÃO PULMONAR


O ar dos pulmões é constantemente renovado, de modo a garantir um suprimento continuo de gás oxigênio ao sangue que circula pelos alvéolos pulmonares. Essa renovação de ar é o que se denomina ventilação pulmonar. Na espécie humana e em outros mamíferos; a ventilação pulmonar depende principalmente da ação dos músculos que ligam as costelas entre si, os músculos intercostais, e de uma membrana musculosa, espessa e resistente, o diafragma, que separa a cavidade torácica da cavidade abdominal.
A entrada de ar nos pulmões, chamada de inspiração, dá-se pela contração da musculatura do diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma desce e as costelas sobem, aumentando o volume da caixa torácica e forçando o ar a entrar nos pulmões. Na saída de ar dos pulmões, chamada de expiração, ocorre o oposto: a musculatura do diafragma e os músculos intercostais relaxam-se, elevando o diafragma e abaixando as costelas; com isso o volume da caixa torácica diminui e o ar forçado a sair dos pulmões.
Cada movimento respiratório compõe-se de uma inspiração e de uma expiração, com a entrada e saída de aproximadamente 0,5 L de ar nos pulmões. O volume maximo de ar que pode ser inalado e exalado em uma respiração forçada é denominado capacidade pulmonar vital, algo em torno de 4 L a 5 L, para uma pessoa jovem. Os pulmões contem mais ar que a sua capacidade pulmonar vital, pois é impossível expirar a totalidade do ar contido nos alvéolos. mesmo quando se força ao maximo a expiração ainda resta cerca de 1,5 L de ar nos pulmões, o que é chamado de ar residual. Mais de 10.000 L de ar entram e saem diariamente de nossos pulmões. Nesse período, os pulmões absorvem entre 450 L e 500 L de gás oxigênio e expelem entre 400 L e 450 L de gás carbônico.
O numero de movimentos respiratórios executados por minuto é a freqüência respiratória. Durante o repouso, esse valor situa-se entre 12 e 15 vezes por minuto. Quando se pratica uma atividade física intensa, a freqüência respiratória aumenta. Isso porque a maior atividade corporal faz todas as células, principalmente as musculares, gastarem mais energia. A energia adicional necessária é obtida pelo aumento da respiração celular; assim, a  demanda das células por gás oxigênio é suprimida pelo aumento da freqüência respiratória.

ALVÉOLOS PULMONARES


Cada pulmão é constituído por cerca de 150 milhões de alvéolos pulmonares, pequenos sacos de paredes finas, formadas por células achatadas. Os alvéolos são recobertos por capilares sanguíneos, nos quais o sangue circula muito perto do ar que penetra nos alvéolos. Essa proximidade permite que ocorra difusão de gases entre o sangue e o ar: ao chegar aos capilares alveolares, o sangue e rico em gás carbônico e podre em oxigênio; depois de passar pelos capilares dos alvéolos, o sangue torna-se rico em oxigênio e podre em gás carbônico. Esse processo é denominado hematose e consiste na difusão de oxigênio do ar dos alvéolos para o sangue dos capilares, simultânea à difusão de gás carbônico no sentido inverso.
Se todos os alvéolos de um par de pulmões humanos fossem esticados e colocados lado a lado, sua superfície equivaleria à de uma quadra de tênis.  E se todos os capilares que recobrem os alvéolos fossem ligados uns aos outros, linearmente, atingiriam nada menos que 1.600 Km de extensão. Isso nos dá uma idéia da altíssima capacidade dos pulmões de realizar rocas gasosas.